O dia nasceu de sol. Uma manhã a lembrar a primavera que ainda se adivinha longe. Os passos encaminham por entre as bancas onde se vende de tudo um pouco. Os pregões parecem semelhantes. A azá-fama, os empurrões e o burburinho esmorecem na área alimentar da Fei-ra de Santa Iria. Num misto de odores há um que se distingue, que atrai miúdos e graúdos.
Na bancada das farturas as manhãs de sábado parecem todas iguais. “Só mudam os sítios”. A voz jovem esconde a experiência, os qui-lómetros de estrada entre feiras e festas nos mais diversos pontos do país.
O negócio de Fernando é de família, já o seu pai andava de terra em terra satisfazendo a gula dos por-tugueses. A vida não lhe permitiu seguir os seus sonhos pelo que se viu obrigado a continuar a percorrer o Portugal. “Agora até gosto, é um pou-co cansativo mas também permite conhecer muito do nosso país.”
Na verdade não há ninguém que passe pela banca de Fernando sem sentir o odor adocicado da canela. A receita que as torna tão apetecíveis, essa: “também é de família, e é segredo!” diz, entre sorrisos.
A banca de Fernando não pas-sa despercebida, recordando as feiras e romarias de verão, mesmo quando se encontra numa feira semanal: “Há sempre clientes, às vezes são os miú-dos que convencem os pais, às vezes são as pessoas que passam depois das compras e já vão com fome… e há quem venha de propósito até.”
Mas o facto do negócio ser de família não facilita a vida de Fernando: “Em tudo existe competição, se não lutasse por este lugar vinha alguém que ficava com ele. Preciso de alimen-tar a família.” A mulher e os dois filhos “ajudam quando podem”, mas não fazem parte do dia-a-dia do ven-dedor. “Gostava que o negócio conti-nuasse na família, mas por outro lado também queria que os meus filhos tivessem o futuro que eu não conse-gui ter." É por eles que encara cada dia de feira com um sorriso cativante, palavras amenas mas convincentes, embaladas pelo borbulhar do óleo quente.
O gosto pela culinária herdou-o, como o negócio, do pai. “Já o acom-panhava quando era pequeno, comia mais do que ajudava mas não dava muito prejuízo” assume, com o sorriso que lhe é característico. “O meu pai enganava-me, dava-se sempre as mais pequeninas”.
Inevitável é deixar a feira sem resistir à tentação de provar as fartu-ras que o Sr. Fernando tão bem sabe fazer, sempre quentes e estaladiças. Afinal, “levando cinco, ofereço uma”.
Na bancada das farturas as manhãs de sábado parecem todas iguais. “Só mudam os sítios”. A voz jovem esconde a experiência, os qui-lómetros de estrada entre feiras e festas nos mais diversos pontos do país.
O negócio de Fernando é de família, já o seu pai andava de terra em terra satisfazendo a gula dos por-tugueses. A vida não lhe permitiu seguir os seus sonhos pelo que se viu obrigado a continuar a percorrer o Portugal. “Agora até gosto, é um pou-co cansativo mas também permite conhecer muito do nosso país.”
Na verdade não há ninguém que passe pela banca de Fernando sem sentir o odor adocicado da canela. A receita que as torna tão apetecíveis, essa: “também é de família, e é segredo!” diz, entre sorrisos.
A banca de Fernando não pas-sa despercebida, recordando as feiras e romarias de verão, mesmo quando se encontra numa feira semanal: “Há sempre clientes, às vezes são os miú-dos que convencem os pais, às vezes são as pessoas que passam depois das compras e já vão com fome… e há quem venha de propósito até.”
Mas o facto do negócio ser de família não facilita a vida de Fernando: “Em tudo existe competição, se não lutasse por este lugar vinha alguém que ficava com ele. Preciso de alimen-tar a família.” A mulher e os dois filhos “ajudam quando podem”, mas não fazem parte do dia-a-dia do ven-dedor. “Gostava que o negócio conti-nuasse na família, mas por outro lado também queria que os meus filhos tivessem o futuro que eu não conse-gui ter." É por eles que encara cada dia de feira com um sorriso cativante, palavras amenas mas convincentes, embaladas pelo borbulhar do óleo quente.
O gosto pela culinária herdou-o, como o negócio, do pai. “Já o acom-panhava quando era pequeno, comia mais do que ajudava mas não dava muito prejuízo” assume, com o sorriso que lhe é característico. “O meu pai enganava-me, dava-se sempre as mais pequeninas”.
Inevitável é deixar a feira sem resistir à tentação de provar as fartu-ras que o Sr. Fernando tão bem sabe fazer, sempre quentes e estaladiças. Afinal, “levando cinco, ofereço uma”.
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