
Deito a cabeça na almofada, fecho os olhos e não adormeço. Penso. Em ti. Em como gostava que me lesses o pensamento, por um momento que fosse, que entendesses tudo o que nem eu me sinto capaz de entender. Cubro-me e penso nos teus braços, no teu toque... quero-te aqui. Ninguém sabe o quanto te quero aqui. Nem mesmo tu. Sonho, mesmo que acordada, com tudo o que me fazes querer. Penso nas palavras que me fazem sonhar, em tudo em que me fizeste voltar a acreditar. Em mim. Na vida. Nos sonhos. Volto-me para a esquerda. Como me enlouqueces... Volto-me para a direita desta vez. Tenho tanto para te dizer amanhã. Ajeito a almofada, aconchego as cobertas. Por que raio é que as palavras não saem quando estou contigo? A almofada parece cada vez mais desconfortável. Não estás aqui porquê? Penso em como o teu corpo seria mais confortável que a maldita almofada. Penso, e pergunto-me, se também pensas em mim. Penso, não durmo, não paro de pensar. Volto-me de novo, inquieta. Não quero estar aqui. Não encontro posição. Não encontro o lugar. Quero encontrar-me, que me encontres. O silêncio, na escuridão, incomoda. Ouço apenas a minha respiração. Recordo a tua. Ouço o roçar dos lençóis na pele. Devaneio, peco por ti. Perco-me em memórias, sonhos, desejos. Ouço a tua voz, sussurrante. O vazio da cama tenta chamar-me à razão, mas não a quero. Doce loucura, o teu gosto. Já não sinto a almofada, levito. Estás aqui por momentos, em mim. A tua paz, a tua inquietude, sinto-te. Quero-te. Sem qualquer réstia de consciência.
15-04-2008/22-04-2008
1 comentário:
Raquel...
Este foi um dos textos mais lindos que já li!!!
Amei...
Qdo sentimos assim com tanta intensidade as palavras soltam-se dos nossos dedos sem que precisamos de as procurar... elas somente surgem, não é? Sei tão bem o que isso é.
No final, saem coisas maravilhosas como este texto que acabei de ler.;)
Simplesmente magnífico. Estou sem palavras, sério. Fez-me sonhar.
Beijinho
Felicidades, muitas*
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